A necessidade de modernização de processos nas linhas de produção, devido ao crescimento da digitalização, cria oportunidades no mercado para fabricantes de estabilizadores de tensão
necessidade de maior estabilidade de energia nas linhas de produção, em função de avanços tecnológicos, e a perspectiva de melhora da demanda de eletroeletrônicos impulsionam as vendas de nobreaks e estabilizadores de tensão.
“Há uma demanda dos setores corporativo, comercial, portões automáticos e segurança. Devido ao calor desse verão e ao uso de ar condicionado, aumentou muito a necessidade de equipamentos de proteção de energia”, relata o CEO da TS Shara, Pedro Al Shara.
De acordo com o último boletim divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), houve elevação de 6,3% do consumo, no País, entre 1° e 15 de fevereiro em relação ao mesmo período de 2018. Conforme o relatório, os principais motivos foram as temperaturas mais elevadas nas primeiras semanas do mês e a presença do feriado de Carnaval neste intervalo no ano passado.
A TS Shara registrou crescimento de 9% nas vendas de nobreaks de média potência (de 5 a 30 quilovolt-amperes) em 2018. “Foi um ano atípico, com o primeiro semestre bastante atribulado, mas houve melhora nos últimos meses. Temos a expectativa de crescer acima de 10% em 2019”, projeta Al Shara.
A empresa também pretende melhorar a taxa de ocupação da capacidade instalada. “Chegou a cair para 60% e hoje está em quase 80%. Em 2019, temos expectativa de melhorar esse índice”, assinala.
O executivo relata demanda aquecida em diferentes segmentos. “Temos um mix enorme, atendendo necessidades de empresas em telefonia, estações de energia, laboratórios e hospitais, caixas eletrônicos e automação comercial. Também temos soluções voltadas para atividades domésticas.”
O gerente de canais de vendas de TI da Schneider Electric Brasil, Anderson Santos, conta que a empresa está aproveitando oportunidades relacionadas à internet das coisas (IoT) que surgem no mercado. “Na indústria, por exemplo, não era necessária a disponibilidade de rede de zero milissegundos de taxa de transferência em uma linha de produção. Mas hoje, por estar tudo conectado, esse nicho pode ser explorado, pois exige o uso de equipamentos de energia.”
Em 2019, a Schneider aposta na necessidade de investimentos de empresas na atualização e melhoria de seus processos. “Desde o setor industrial até o financeiro, as companhias tendem a investir na computação descentralizada. Para nós e para os canais existem grandes oportunidades. Isso é uma tendência que facilita processos, dá mais disponibilidade e confiabilidade para quem precisa ser mais ágil”, declara Santos.
Sem revelar o nível de ocupação da capacidade instalada, o gerente afirma que a ociosidade está bem ajustada de acordo com a previsão da demanda. “Boa parte da nossa produção é feita fora do Brasil, e uma parte em Porto Alegre [RS] ou Fortaleza [CE]. O trabalho que nós fazemos de previsão de vendas é muito bem ajustado para que tenhamos a quantidade ou produção em um nível aceitável e para que não gere aumento de custo.”
O diretor comercial e de marketing da NHS, Ronaldo Borges Paiva, afirma que a empresa cresceu em 2018 tanto na divisão de negócios de nobreaks quanta na nova divisão de geradores fotovoltaicos.
O executivo afirma que a empresa está otimista em relação a 2019. “A meta de crescimento geral para este ano é de 25%. O segmento que deverá ter o avanço mais acentuado é o de geradores fotovoltaicos, que é um segmento em franca expansão no Brasil.”
Câmbio e matéria-prima
Para Al Shara, a principal adversidade enfrentada pela empresa foi a constante oscilação do dólar. “A variação da moeda acumulou o avanço de mais de 17% sobre o real, o que afetou a correção de preços dos produtos e serviços da empresa”, esclarece o executivo.
Santos destaca que essa variação do dólar afeta diretamente os valores das matérias-primas. “Diante desse cenário, a eficiência nos processos precisa ser muito maior. Para combater essa alta, utilizamos os recursos da transformação digital a nosso favor para reduzir custos.”
Paiva explica que o setor de eletroeletrônicos é muito impactado pela variação cambial por utilizar diversos componentes importados. “O aumento significativo do câmbio nos trouxe um aumento importante em nossos custos, mas não fizemos todo o repasse aos nossos preços.”
Fonte: DCI| www.dci.com.br
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